Por esses dias estive calmo
e pude olhar os outros dias que se foram
vi distantes incertezas
nas palavras que ora escrevi
vi irritantes tristezas
e lapsos das horas em que sofri
dias em que não poderia estar calmo
frente ao olhar de outros olhos que julgavam.
E esses dias eu me mantive calmo
a degustar a serenidade do pensamento maduro
a deliciosa sensação de estar a salvo
dando passos em um caminhar seguro
frente ao olhar que ama meus olhos
e esses meus modos de menino imaturo.
Meu coração bate em compasso com seus passos
e mesmo se fujo de você, eu lhe caço
vou no encalço de seus olhos
e não canso de sentir-me a flutuar no espaço
desses espaços que a mim reserva em seus braços
quando me recolhe em uns contados abraços
É que esses dias estive calmo
pois tenho em mim um peito sem espaços vagos
e vagas são as lembranças dos meus dias gagos
distantes dias que enfim apago
entendo que em tudo isso, seu olhar me mantém calmo
e me dá a certeza do afago desse enlace em que me salvo.
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Mais um pouco de poesia (se é que há poesia).
Dedicada à minha inspiração, minha amada Márcia.
Aqui você encontra alguns textos pinçados ao longo do tempo para esses posts. 'Poesia sem papel' é um espaço aberto a críticas, então, sinta-se à vontade... Se quiserem copiar e colocar em blogs, Instagram, e afins, é só copiar e sinalizar minha autoria. O link para o blog: http://poesiasempapel.blogspot.com. Os textos estão registrados na Biblioteca Nacional e são de minha autoria.
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